Senado Federal

Comissão de Meio Ambiente do Senado realiza audiências sobre Marco Regulatório para uso de Bioinsumos

Comissão de Meio Ambiente do Senado realiza audiências sobre Marco Regulatório para uso de Bioinsumos

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) realiza, na terça (5) e na quarta-feira (6) audiências públicas para instruir o PL 3.668/2021, que cria um marco regulatório para o uso de bioinsumos no agronegócio. O senador Jaques Wagner (PT-BA), presidente da CMA e autor do projeto de lei, defendeu sua proposta de regulação do setor em entrevista à Agência Senado. Para ele, os bioinsumos são um contraponto à maciça liberação de agrotóxicos que tem ocorrido no Brasil nos últimos três anos. Um quadro que pode ser agravado caso seja aprovado o PL 1.459/2002, que teve origem no PLS 526/1999 e revoga a Lei dos Agrotóxicos, flexibilizando ainda mais a liberação de agrotóxicos, com autofiscalização.

— Apresentei recentemente o PL dos Bioinsumos para reforçar e ampliar o uso de tecnologias alternativas, como os controles biológicos de pragas e doenças. O projeto tem como objetivo otimizar o processo de regulamentação das inovações necessárias para uso, produção, exportação e comercialização de bioinsumos, biofertilizantes, no país. Esse projeto é importante porque vai no sentido contrário ao PL 6.299/2002. Vou ser claro: se o PL 6.299 for aprovado, será um desastre para a produção agrícola, levando uma série de químicos perigosos para a saúde à mesa dos brasileiros. É um desastre ambiental, econômico e para a saúde de nosso povo — disse Jaques Wagner.

A realização destas audiências também atendem a requerimento do senador Wellington Fagundes (PL-MT), para quem os bioinsumos têm um enorme potencial no agronegócio brasileiro.

“Os bioinsumos são organismos vivos, como bactérias, insetos ou plantas, usados para melhorar a fertilidade do solo ou o controle de pragas e doenças nas lavouras, em substituição ou complementação ao uso de defensivos químicos (agrotóxicos) tradicionais. Eles têm potencial pra aumentar a produtividade no campo e favorecer a preservação do meio ambiente, mas para tanto precisa respeitar critérios de biossegurança e garantir a adoção de boas práticas de manejo e produção. Segundo a Embrapa, em 2019 o mercado de insumos biológicos foi responsável pela movimentação de R$ 675 milhões em biodefensivos. Ainda é muito pouco para o tamanho da produção brasileira”, afirma o senador.

De acordo com a Agência Senado, para esta terça-feira, foram chamados representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), do Ministério da Agricultura e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Já para a audiência de quarta-feira, estão previstas a presença de representantes da Embrapa e da Anvisa.


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